Tenho aquele sorriso entalado na garganta.
É o teu sorriso, no alquebrar da voz,
nas últimas notas da canção.
É o sorriso do “até já”. Do “eu volto”.
Do “não desistas”.
É o sorriso imposto pela distância rígida
que não quebramos e que fingimos que não nos dói.
Num momento de fraqueza pego-te a mão e
tu fechas as tuas em redor e ficamos assim, a dizer naquele aperto, tudo o
resto que nos falta.
Nestes tempos de sentimentos arrancados
com brusquidão, de palavras caladas para não magoar e de mágoas guardadas
fundo, é o sorriso que me trai.
Não sei enganar o sorriso. Nem o meu,
nem o teu.
Muito menos o sorriso dorido que me vive
na garganta.
Promete-me apenas isto: Nunca deixes de
me sorrir.
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