Fotos instagram.com/the.tiagolourenco “AHA! Estou-te a ver! Ainda aí continuas? Santo Deus! Que miséria! Que estu pi dez! Levanta-te! Agora! Estás a ouvir? Corpo, ouves-me?” Se calhar não. Será que não? Continua ali, estendido no chão. Está escuro à sua volta Ele enroscou-se e os braços abraçam os joelhos, na ilusão de um abraço que acabou por não chegar. “Corpo… Corpo… CORPO!!” Não reage, não responde, creio mesmo que não ouve. Alheou-se. Pobre corpo abandonado. “Perdoa-me. Eu não te podia levar. Tu estás gasto e és pesado, só ias atrapalhar” Mas ele, incapaz de ouvir, entregou-se à solidão. Libertou-se da razão e des pi u-se do sentir. Agora é aquilo que ali se vê: Um corpo só, enroscado, olhos abertos, vidrados, fixos num sonho que nunca ninguém sonhou. São olhos que não choram. São lábios que não se movem pois de outros lábios beijaram as lágrimas que já não correm. E eu insisto “Corpo, vens? Eu sei qu...
a história de uma t-shirt, em tempos de quarentena